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|Estreias| Novo filme do mineiro Helvécio Ratton, 'O Lodo' chega aos cinemas em 13 de abril

|Estreias| Novo filme do mineiro Helvécio Ratton, 'O Lodo' chega aos cinemas em 13 de abril

Baseado em conto de Murilo Rubião, longa tem atmosfera gótica e kafkiana e traz elenco do Grupo Galpão.

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'O Lodo' / Cineart Filmes

 

Em seu novo longa-metragem O LODO, o diretor mineiro Helvécio Ratton leva ao cinema o conto homônimo de Murilo Rubião, marcado por uma atmosfera gótica com algo de kafkiano e sufocante. Produzido pela Quimera Filmes e distribuído pela Cineart Filmes, a obra chega aos cinemas brasileiros em 13 de abril.

“O que mais me atraiu no conto foi a naturalidade com que Rubião insere o absurdo na vida dos personagens, à maneira de Kafka. No filme, há uma tensão crescente entre a narrativa realista e a sucessão de acontecimentos insólitos na vida do protagonista. Por um lado, tudo está em seu lugar, a vida parece seguir seu curso normal. Mas, por trás dessa normalidade aparente, irrompe o absurdo, com sua própria lógica, e nos desconcerta”, diz o diretor Helvécio Ratton.

O protagonista é Manfredo (Eduardo Moreira), funcionário de uma empresa de seguros, sempre preso a funções burocráticas, que começa a se sentir deprimido e busca ajuda de um psiquiatra, o Dr. Pink (Renato Parara).

O roteiro foi escrito pelo próprio Ratton e L. G. Bayão e transita entre diversos gêneros, combinando realismo e fantasia. “Sonho e realidade se misturam no filme, as fronteiras entre eles são fluidas, às vezes quase imperceptíveis. O LODO mistura suspense, humor, horror... Minha ideia é colocar o espectador na mente do protagonista, em seu mundo cada vez mais estranho e claustrofóbico.”

O elenco conta com vários atores e atrizes do Grupo Galpão e a interação entre estes, dada a longa parceria no palco, rende ao filme ótimas interpretações, especialmente de Eduardo Moreira e Inês Peixoto, esta vivendo a irmã do protagonista que chega, no meio da história, com um estranho garoto na casa dele. Ela é uma personagem ardilosa, eco do passado de Manfredo, que chega para se aliar ao Dr. Pink. A fotografia de Lauro Escorel sublinha a atmosfera da trama, que em sua maior parte está em ambientes fechados, ressaltando a asfixia emocional do protagonista.

“Foi um desafio encontrar a linguagem adequada para contar no cinema essa história realista e absurda ao mesmo tempo. Tive ao meu lado uma equipe afinada, com muita gente talentosa e experiente, com quem já fiz outros filmes, e esse entrosamento fez muito bem a O LODO. E foi um privilégio contar com atores do Grupo Galpão e outros ótimos atores de Minas, o que me permitiu fazer um trabalho intenso antes da filmagem e encontrar o tom certo da interpretação.”

Exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme recebeu ótimas críticas. “Existem algumas razões para supor que O LODO seja o melhor trabalho do diretor Helvécio Ratton. Talvez a mais óbvia delas seja a boa direção de atores. Talvez a mais importante seja a maneira como Ratton consegue, aqui, transitar entre o mundo cotidiano e o dos pesadelos que assombrarão seu protagonista”, escreve Inácio Araújo no jornal Folha de S. Paulo.

“A inteligência do conto original, muito bem compreendida por Helvécio Ratton, está em situar no mundo físico às questões que se passam na mente de Manfredo. O trânsito do onírico para o concreto se dá pela via do insólito, terreno fértil na obra de Murilo Rubião”, comenta o crítico Carlos Alberto Mattos.

O LODO é um lançamento da Cineart Filmes.

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