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|Mostras| Entre os dias 06 e 16 de março, Cinema do IMS exibe filmes de Thomaz Farkas

|Mostras| Entre os dias 06 e 16 de março, Cinema do IMS exibe filmes de Thomaz Farkas

Programação traz obras dirigidas e produzidas por ele e seus colaboradores, como os filmes 'Memórias do cangaço', 'Subterrâneos do futebol' e 'Viramundo'; entre os destaques, a estreia da restauração dos filmes 'Hermeto campeão' e 'Nossa escola de samba'.

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'Hermeto Campeão' (1981), de Thomaz Farkas

 

O cinema do IMS Paulista exibe de 6 a 16 de março a mostra Thomaz Farkas Filmes, reunindo alguns marcos da produção cinematográfica do fotógrafo, produtor e diretor Thomaz Farkas (1924-2011). A mostra acontece em diálogo com a exposição Thomaz Farkas, todomundo, inaugurada no IMS Paulista em 2024, no marco do centenário de Farkas, e que segue em cartaz até 9 de março. A mostra de cinema apresenta um conjunto de alguns dos filmes mais representativos das empreitadas documentais de Farkas e de seus principais colaboradores, como Geraldo Sarno, Sérgio Muniz e Paulo Gil Soares. A programação traz a estreia das restaurações de Hermeto campeão e Nossa escola de samba, em parceria com a produtora Sobrenada Filmes, novas digitalizações produzidas especialmente para a exposição do IMS Paulista, exibições em 16 mm, um debate e apresentações especiais.

São 11 filmes, divididos em quatro programas. A sessão de abertura, no dia 6/3, às 19h, terá como atração Nossa escola de samba, Hermeto campeão, nas novas cópias restauradas, e Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba, em nova digitalização 2K, que juntos compõem o Programa 1. Em seguida, haverá um debate entre o cineasta e crítico Juliano Gomes, curador da mostra e cocurador da exposição Thomaz Farkas, todomundo, a arquiteta e pesquisadora Isabel Sanchez, autora da dissertação de mestrado Diálogos modernos: Lina Bo Bardi e a Caravana Farkas, e o editor e mixador de som Guilherme Farkas, um dos responsáveis pela gestão do acervo audiovisual de Thomas Farkas. Nesse dia, a exibição será gratuita, com distribuição de ingressos 60 minutos antes da sessão.

No dia 8, sábado, após visita mediada às 16h pela exposição, haverá uma sessão às 18h apresentada por Juliano Gomes, quando serão exibidos os filmes do Programa 2: Memórias do cangaço, Viramundo e Erva bruxa. Nesse dia, o ingresso custa R$ 10 e R$ 5 (meia entrada), mesmo valor praticado para todas as sessões da mostra. Os outros dois programas da mostra Thomas Farkas Filmes são: Subterrâneos do futebol e Todomundo (Programa 3) e Jaramataia, Beste e Viva Cariri (Programa 4).

Exibidos nessa seleção em diferentes programas, os filmes Memórias do cangaço, Subterrâneos do futebol, Nossa escola de samba e Viramundo foram originalmente filmados em 16mm, depois ampliados para o formato 35mm e exibidos como um longa-metragem intitulado Brasil verdade, lançado em 1966. “Migração, religião, futebol, cangaço e samba marcam esse primeiro conjunto produzido por Thomaz Farkas, numa iniciativa até hoje sem paralelos na história do cinema brasileiro: novos cineastas, desejando um novo país, realizando filmes de maneira independente, com total autonomia criativa, com novos equipamentos, realizam um capítulo bastante singular dentro da história do cinema brasileiro", escreve Juliano Gomes sobre este projeto.

Ele observa ainda um denominador comum aos quatro programas que compõem a mostra Thomaz Farkas filmes: “O que perpassa os programas é um interesse na sociabilidade brasileira e em suas faces variadas. Mesmo nos retratos mais individuais, prevalece o foco no contexto, no coletivo, no grupo. Não por acaso, a trajetória de Thomaz Farkas é marcada pela constância da parceria e da revelação de novos quadros, refletindo em seu método uma ideia de país que só se materializa a partir do conjunto, do que não é exclusivo ou individual, do que é fruto de encontros. Essa ética ainda hoje tem a nos dizer, com sua inteligência alegre e informal. Viva.”

Ingressos:

Dia 6/3, sessão de abertura da mostra seguida de debate com Juliano Gomes, Isabel Sanchez e Guilherme Farkas: Entrada gratuita. Distribuição de senhas 60 minutos antes da exibição. Limite de uma senha por pessoa. Sujeito à lotação da sala.

Dia 8/3, às 16h, Juliano Gomes realiza uma visita mediada à exposição Thomaz Farkas, todomundo. Às 18h, no Cinema, Gomes apresenta a exibição dos filmes Memória do cangaço, Viramundo e Erva bruxa. R$ 10

Demais sessões: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
 

Programa 1

6/3, quinta-feira, às 19h

16/3, sábado, às 16h30

Nossa escola de samba

Manuel Horacio Giménez | Brasil | 1965, 30’, DCP, restauração 2K, estreia mundial (Sobrenada Filmes)

O diretor Manuel Horacio Giménez apresenta o documentário no folheto de divulgação: “Este filme apresenta o ambiente social de um bairro da cidade do Rio de Janeiro onde se forma uma escola de samba – Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. A maioria dos participantes da escola mora no morro Pau da Bandeira. A história é narrada por um dos fundadores da escola e descreve os trabalhos de preparação para o carnaval, os ensaios e o desfile final da escola. Vemos no filme como é a vida no morro e como ela se transforma à medida que chega a época do carnaval.”

“Acompanhamos o desfile da escola na avenida em todos os detalhes, e o filme termina com os participantes voltando ao trabalho cotidiano, uma vez terminada a festa. A imagem e o som direto conseguem captar os personagens com muita naturalidade em seus ambientes cotidianos e suas expressões musicais autênticas.” Em 1966, Nossa escola de samba recebeu menção honrosa no Festival dei Popoli – VII Ressegna Internazionale del Film Etnográfico e Sociológico, em Florença, Itália.

Hermeto campeão

Thomaz Farkas | Brasil | 1981, 43’, DCP, restauração 2K, estreia mundial (Sobrenada Filmes)

Fotografias apresentam Hermeto Paschoal em meio aos instrumentos que toca no estúdio em sua casa. Os ensaios em que os sons são descobertos e o improviso dão o tom. Depoimentos de Hermeto sobre a construção autodidata de seu conhecimento teórico sobre música e sua posição política sobre o mercado. Os músicos que integram a sua banda falam sobre o processo conjunto de criação e a admiração que sentem pelo multi-instrumentista. A criação de Hermeto a partir do sons das abelhas e junto aos sapos. A utilização de objetos inusitados feitos de ferro e o uso do próprio corpo para a geração de novos sons. Thomaz Farkas disse certa vez que “o filme documentário, porque é uma interpretação, e não simplesmente uma descrição do real, pode representar um papel importante no processo cultural. No Brasil, ele adquire um significado mais amplo ainda quando se pensa nas distâncias, não somente geográficas mas também culturais. Como apresentar as diferentes manifestações culturais, ligadas a uma realidade específica em cada região do país, senão através do filme documentário?” Os filmes que produziu e fotografou na década de 1960, e os que realizou na década seguinte, como Hermeto campeão ou Todomundo, obedecem a este impulso: percorrer mais rapidamente as distâncias culturais e geográficas do país. Hermeto campeão recebeu o prêmio Melhor Roteiro pela Comissão de Cinema da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, em 1980, de Melhor Filme Documentário na XI Jornada Brasileira de Curta-Metragem, em Salvador, em 1982, e, no mesmo ano, Melhor Roteiro no Festival de Gramado. Em 1984, participou da Los Angeles International Film Exposition, nos Estados Unidos.
 

Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba

Ricardo Dias | Brasil | 1954/2006, 10’, DCP, digitalização 2K (Exposição Thomaz Farkas Todomundo)

Em abril de 1954, nos festejos do IV Centenário de São Paulo, Thomaz Farkas filmou uma apresentação de Pixinguinha com a Velha Guarda do Samba no parque Ibirapuera. O filme recupera esse material, perdido por 50 anos.

“Este é um documentário de curta-metragem inédito, que utiliza imagens rodadas há mais de 50 anos”, conta Thomaz Farkas em depoimento disponibilizado no Canal Thomaz Farkas. “Em abril de 1954, durante os festejos do IV Centenário de São Paulo, eu fui ao parque Ibirapuera com minha Kodak 16 mm, de corda, e filmei seis minutos de um espetáculo maravilhoso do Pessoal da Velha Guarda, com Pixinguinha, Donga, João da Bahiana, Almirante, Alfredinho do Flautim, Jacó Palmieri e Benedito Lacerda. O filme branco e preto esteve desaparecido desde então. Parece que foi de propósito que, no final do ano passado, num dia em que eu estava verificando velhas latas de meus filmes, ali estava, inteirinho e em perfeito estado, ‘o filme do Pixinguinha’. O que dizer então dos seis minutos da Velha Guarda do Samba, que eu saiba, as únicas imagens em movimento do grupo de que se tem registro? A festa do IV Centenário de São Paulo, o parque Ibirapuera: tudo isso, 50 anos depois, fica mais importante. Como não fiz registro de som, apenas as imagens foram documentadas. O Instituto Moreira Salles identificou as músicas que são tocadas pelo grupo (Ele e eu e Patrão prenda seu gado) e sonorizou o filme. Foram usadas gravações da época e a participação de Teco Cardoso e Betinho Sodré.” Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba foi vencedor de uma série de prêmios, entre eles: em 2006, Prêmio Saruê, Prêmio Marco Antônio Guimarães e Prêmio Conterrâneos no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Em 2007, Melhor Edição de Som no Cine PE e Prêmio Especial do Júri no Festival de Cuiabá. Em 2008, Melhor Documentário no Festival de Cinema de Comunicurtas, em Campina Grande, e Prêmio Espaço Unibanco no Festival Internacional de Curtas de São Paulo. Esta cópia digital foi produzida especialmente para a exposição Thomaz Farkas, todomundo.
 

Programa 2

8/3, sábado, às 18h

12/3, quarta-feira, às 20h

Memória do cangaço

Paulo Gil Soares | Brasil | 1964, 32’, Arquivo digital (Sobrenada Filmes)
As origens do cangaço, movimento armado de bandoleiros no Nordeste entre 1935 e 1939, com entrevistas de alguns sobreviventes da luta, policiais e cangaceiros. Entremeadas com os depoimentos, sequências autênticas de filmes realizados em 1936 por Benjamin Abrahão, um mercador ambulante árabe que conseguiu filmar o famoso bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Memória do cangaço começou, lembrava Paulo Gil Soares, num encontro informal com Thomaz Farkas em 1964 num bar de Copacabana, “numa avenida Atlântica do Rio ainda sem as reformas que levaram o mar para longe e alargaram a calçada” e apertada pelo clima da ditadura. “Uma semana depois, ele aprovava o roteiro do meu primeiro filme pessoal e que terminou iniciando minha vida de cineasta e de carioca, abriu para mim os caminhos da profissionalização e terminou ganhando a única Gaivota de Ouro do Festival Internacional do Filme 1965.”

Memória do cangaço circulou por diversos países e recebeu uma série de prêmios, entre eles a Gaivota de Ouro do Festival Internacional do Filme, no Rio de Janeiro, em 1965. Em 1966, participou do Festival de Cinema de Berlim; recebeu o Primeiro Prêmio, do Festival dei Popoli – VII Rassegna Internazionale del Film Etnográfico e Sociológico, em Florença, Itália, e o Prêmio da Crítica Internacional na XI Jornada Internacional do Filme de Curta-Metragem em Tours, França.

Viramundo

Geraldo Sarno | Brasil | 1965, 40’, DCP, digitalização 2K (Exposição Thomaz Farkas Todomundo)

A saga dos trabalhadores de origem rural nordestina ao chegarem ao grande centro industrial do país. No encarte de apresentação do filme, Sarno narra: “Viramundo não é um. São muitos. Os livros de cordel consagram: Lasçamundo, Furamundo, Rompemundo e Batemundo. Chico Viramundo é o primeiro, o famanaz. O pai dos heróis migrantes, que, abandonando a terra onde se criou, se torna famoso com as proezas de trabalho e esforço de que é capaz. Em um só dia, abre imensas estradas, derruba mata virgem, bate-se com dragões, liberta princesas, vencendo sempre as forças do mal. Uma visão fantasiosa das provas a que se submetem os lavradores analfabetos quando iniciam a migração para os grandes centros. Não serão as máquinas, altos fornos, edifícios e engrenagens os mesmos dragões ameaçadores e mortais?” A década de 1960 foi marcada pela preocupação de “fundar e consolidar uma linguagem documentária na cinematografia brasileira”, preocupação presente em Viramundo, Viva Cariri! e Eu carrego um sertão dentro de mim. Geraldo Sarno resume esse processo criativo num ensaio do final da década de 1970. Diz ele: “O que um documentário documenta com veracidade é minha maneira de documentar”, é “sua peculiar maneira de reagir às situações e questões concretas que surgem durante a realização” para “liberar a subjetividade e assimilar a invasão inesperada do real”. E conclui que, quando isso ocorre, o realizador é o primeiro a colher os resultados, “com a ampliação de seu espaço interior imagístico”. Em 1965, Viramundo recebeu o prêmio de Melhor Documentário no I Festival de Cinema Independente da América, em Montevidéu, Uruguai, e Menção Honrosa na I Semana do Cinema Brasileiro, em Brasília. Em 1966, venceu o Grande Prêmio no IV Festival Internacional Évian, na França, e o Prêmio Simone Dubreilh, em Manheim, Alemanha. Em 1967 levaria Melhor Documentário no II Festival Internacional de Cinema em Viña del Mar, Chile. E, no ano seguinte, participaria como Convidado do Governo da Venezuela no I Encontro Latino-Americano de Cinema Documentário, em Merida. Esta cópia digital foi produzida especialmente para a exposição Thomaz Farkas, todomundo.

Erva bruxa

Paulo Gil Soares | Brasil | 1970, 20’, cópia 16 mm (Cinemateca Brasileira)

Erva bruxa é o nome popular pelo qual o tabaco também é conhecido. A plantação de fumo por pequenos agricultores em regime familiar na região do Recôncavo Baiano. O processamento do fumo. O trabalho sazonal que dura no máximo três meses. A classificação das folhas segundo definição do governo federal, trabalho inteiramente manual, que provoca alergias respiratórias e dermatoses nos trabalhadores. Paulo Gil Soares lembra que em 1969 Farkas voltou a produzir documentários culturais, “e lá fomos nós para o Nordeste realizar um ciclo fantástico de filmes que retratava a cultura da região”. Daí saíram Frei Damião, Jaramataia, O homem de couro, Erva bruxa, A mão do homem, Vaquejada, “um esforço de produção que nunca mais se repetiu e acredito ser difícil voltar a acontecer”.

 

Programa 3

9/3, domingo, às 16h

15/3, sábado, às 16h50

Subterrâneos do futebol

Maurice Capovilla | Brasil | 1965, 32’, Arquivo digital (Sobrenada Filmes)
As práticas do futebol no Brasil e as questões que cercam o esporte. A imprensa, o jogador como mercadoria, a paixão popular, a prática nos campos de várzea. Os depoimentos de Luiz Carlos de Freitas, uma jovem promessa do Palmeiras, e do técnico Feola, além de uma entrevista com Pelé. “Mostrando o futebol como espetáculo, a câmera mantém-se à superfície da realidade no início do filme”, comenta Capovilla no folheto de apresentação do curta. “Passa-se então para um panorama de várzea, onde se origina o gosto e a vocação pelo futebol. A partir daí, o filme procura levantar a problemática do jovem que vê no futebol a grande chance de ascensão social, enriquecimento rápido e fama. Introduzindo o famoso treinador Vicente Feola, vemos sua fala, procurando chamar à realidade os jovens, mostrando as dificuldades e obstáculos que estes terão que enfrentar antes de alcançar a glória e a riqueza.”

Todomundo

Thomaz Farkas | Brasil | 1978/1980, 35’, DCP, digitalização 2K (Exposição Thomaz Farkas, todomundo)

O espetáculo do futebol, visto através das suas torcidas e suas participações nos jogos dos campeonatos brasileiros.

“O fascínio do homem pela bola remonta a pelo menos 4.500 anos; em todo o mundo, centenas de milhares de torcedores cultuam hoje o futebol: ritual misto de religião, arte e guerra, em suas arenas de concreto”, diz Farkas. “O filme investiga a participação dessa torcida em vários jogos do Campeonato Brasileiro: suas emoções, violências e críticas. O jogo propriamente dito é trazido como pontuação dessa torcida. São colocados todos os símbolos empregados na mística futebolística: bandeiras, gritos de guerra, canções, com as imagens, os gestos e a voz desse participante do ritual mais popular que é o futebol.” Esta cópia digital foi produzida especialmente para a exposição Thomaz Farkas, todomundo.

 

Programa 4

9/3, domingo, às 17h30

15/3, sábado, às 15h

Jaramataia

Paulo Gil Soares | Brasil | 1969/1970, 20’, Arquivo digital (Sobrenada Filmes)

A vida na fazenda Jaramataia (que dá nome ao documentário), no interior da Paraíba, e as relações entre os vaqueiros e os donos da terra.

Beste

Sérgio Muniz | Brasil | 1970, 20’, DCP, digitalização 2K (Exposição Thomaz Farkas, todomundo)

É a forma pela qual a palavra “besta” (arma medieval) é pronunciada no norte da Bahia e que era encontrada ainda presente na memória cultural da região. Enquanto um homem constrói uma besta a partir de técnicas ancestrais, outro homem vai à lua. “Sua fabricação não difere dos produtos artesanais produzidos pela cultura popular nordestina. O que a distingue é sua permanência contemporânea ao homem que vai à lua”, aponta Sérgio Muniz na folha de apresentação do filme. “Certamente muitas inferências etnossocioantropológicas podem ser feitas a partir do material que nos oferece a fabricação, hoje em dia, de uma besta. Sua técnica de produção, quem a fabrica, a imagem que tem da besta o homem que a fabrica. Mas até aí chegaria qualquer documentação gravada, fotografada ou escrita do nível de técnica primitiva de produção.” “É justamente desse ponto de partida. Sem entrar em discussões, confrontamos a besta às mais avançadas conquistas técnicas. Não está em jogo quem é o melhor ou pior, mas uma distância que só pode ser medida em termos econômicos, políticos e sociais.” “O que pode uma besta valer, no momento em que os astronautas descem na lua? Mas também o que significa fabricar-se bestas num mundo que já se pretende pronto a conquistar outros?” Beste foi vencedor do Prêmio JB, em 1972. É um dos primeiros de um conjunto de oito filmes que Sérgio Muniz fez com produção de Thomaz Farkas. Esta cópia digital foi produzida especialmente para a exposição Thomaz Farkas, todomundo.

Viva Cariri

Geraldo Sarno | Brasil | 1969/1970, 36’, Arquivo digital (Sobrenada Filmes)

Os confrontos e conflitos entre a cidade dos romeiros do Padre Cícero e as tentativas de desenvolvimento da região. “O filme”, declara Sarno, “mostra-nos essas etapas do esforço regional de desenvolvimento que nem sempre logra superar o mito, a fome e a morte.” Em 1970, Viva Cariri foi vencedor do Troféu Candango e do Troféu Carmen Santos no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e da Margarida de Prata, concedido pela Central Católica de Cinema do Brasil. Em 1972, venceu o Venezia Genti – Prêmio Especial Festival Internacional da Película Etnográfica e Sociológica, na Itália.

 

Programa 1 + Debate de abertura com Juliano Gomes, Isabel Sanchez e Guilherme Farkas

6 de março, às 19h

Cinema do IMS Paulista

Entrada gratuita, com distribuição de senhas 1 hora antes e limite de 1 senha por pessoa

 

Visita mediada à exposição + Programa 2

8 de março

Às 16h, visita mediada por Juliano Gomes à exposição Thomaz Farkas, todomundo

IMS Paulista

Entrada gratuita

Às 18h, sessão apresentada por Juliano Gomes

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